Torcendo Pelo Brasil
Sebastião Buck Tocalino, 23 de junho de 2010
Eu torço pelo Brasil!
Na verdade, não vi os jogos da nossa seleção. Nem o primeiro, nem o segundo, senão por alguns lances e sem
demasiada atenção. Não sou fã de futebol e me desiludo com brasileiros cujo patriotismo parece se limitar à
torcida pelo Brasil em campeonatos internacionais. Fico frustrado ao ouvir brasileiros dizendo que "não tem
país como o Brasil!". Não é que eu não ame essa terra ou não queira que nosso país tenha uma melhor projeção
lá fora, pelo contrário: eu gostaria que o Brasil se destacasse por razões muito mais meritórias, dignas e
salutares para nosso povo. Eu não me orgulho de que uma das profissões mais bem pagas e cobiçadas pela massa
de jovens brasileiros seja a de jogador de futebol, ou de que esta seja uma das poucas oportunidades para um
jovem sair da miséria neste país. Nem há orgulho quando alguns jogadores ricos e populares são vistos entre
traficantes de armas e drogas em baladas funks no morro. Nem sequer compreendo como torcidas rivais se
enfrentam e se matam em nome de seus times, quando os próprios jogadores estão continuamente trocando de
clube - visando muito mais o dinheiro do que qualquer vínculo de fidelidade à camisa ou à paixão cega de
seus torcedores. E, acima de tudo, esporte deve ser praticado como atividade física, que consome calorias e
libera endorfina promovendo saúde e bem estar, e não fanatizado por uma multidão à procura de doses de
testosterona e adrenalina que a alienem ainda mais perante nossa realidade política, social e econômica que
permanece tão aquém do potencial.
Eu torço pelo Brasil, sim!
Torço pela melhor educação do nosso povo: escolar, moral e cívica. Torço pela elevação do nosso nível
técnico, cultural e profissional; para que a criminalidade e a violência retrocedam urgentemente; para que
políticos corruptos deixem de saquear a nação; para que a popularidade de um presidente não seja
proporcional à quantidade de referências futebolísticas em seu discurso; para que o otimismo deixe de ser
desinformado ou bairrista; para que o empreendedorismo deixe de ser mal visto e punido por impostos
abusivos; para que a economia de nosso país não seja lastreada em riquezas do solo e do subsolo; e para que
a estratégia nacional de desenvolvimento se concentre na formação de capital humano (muito mais importante
do que terras férteis ou reservas do pré-sal - haja vista a história de Taiwan, Coréia do Sul, Cingapura,
Japão, Nova Zelândia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia... Países bem menores, quando não ilhas, cujo
progresso foi muito mais fruto da capacitação de seus recursos humanos, do que da exportação de seus
recursos naturais).
Grande abraço para você, brasileiro consciente que também torce de verdade pelo nosso Brasil!
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